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Críticas a Moraes configuram ‘ameaças inaceitáveis’, diz Itamaraty a chefe da embaixada dos EUA

Ministério das Relações Exteriores manifesta indignação contra postagens da embaixada americana, acusando-as de ingerência em assuntos internos. A nova convocação de Gabriel Escobar marca a quarta reprimenda desde o início do governo Trump.

Ministério das Relações Exteriores convoca chefe da embaixada americana

BRASÍLIA - O Ministério das Relações Exteriores convocou Gabriel Escobar, atual chefe da embaixada americana, para uma reprimenda devido a publicações que consideram “ingerença” em assuntos internos do Brasil.

O Itamaraty expressou a Escobar sua “profunda indignação” com as postagens da embaixada e do Departamento de Estado.

Na quinta-feira, 7, a embaixada afirmou haver censura, perseguição política e violações de direitos humanos atribuídas, principalmente, ao ministro Alexandre de Moraes, sancionado pela Lei Magnitsky. Essas sanções impedem Moraes de entrar nos EUA e acessar bens.

A embaixada americana caracterizou Moraes como o “principal arquiteto da censura e perseguição” contra Bolsonaro e seus apoiadores, pedindo que “deixem Bolsonaro falar”. O secretário adjunto de Estado, Christopher Landau, também criticou a situação, referindo-se a uma “ditadura do judiciário”.

Além de Moraes, o governo dos EUA impôs restrições a outros sete ministros do STF e implementou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros como forma de pressão.

O Itamaraty revelou que considera as manifestações da embaixada como “intromissões” e que isso viola o artigo 41 da Convenção de Viena, que proíbe a imiscuição em assuntos internos.

Até o momento, a data e o formato da nova queixa contra Escobar não foram decididos. Esta é a quarta convocação desde o governo Trump, que não indicou um novo embaixador desde então.

A embaixada americana confirmou a reunião, mas não divulgou o conteúdo das conversas.

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