Cronologia do golpe: como Bolsonaro planejou ações para se manter no poder, segundo a PGR
Julgamento histórico poderá definir a origem de uma trama golpista liderada por Bolsonaro e aliados. As acusações incluem tentativas de desmantelar a democracia e manipular instituições durante o período eleitoral.
PRIMEIRA TURMA DO STF VAI JULGAR TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO
No dia 2 de setembro de 2025, começa um julgamento inédito no STF. O ex-presidente Jair Bolsonaro, cinco militares, um deputado federal e um ex-ministro da Justiça estão acusados de tentativa de golpe de Estado para interromper o ciclo democrático iniciado em 1988.
A denúncia do Ministério Público Federal reconstitui ações antidemocráticas de julho de 2021 a janeiro de 2023, período em que Bolsonaro tentou descredibilizar as instituições democráticas e manipular as eleições de 2022.
Segundo a denúncia, Bolsonaro, como líder da organização criminosa, propagou a ideia de vulnerabilidades nas urnas eletrônicas e conspirou com militares para um plano de ruptura que incluía assassinatos e prisões de adversários.
A Polícia Federal identificou a disseminação de fake news como crucial para a tentativa de golpe. Em julho de 2021, uma live de Bolsonaro e do ministro Anderson Torres tentou apresentar indícios falsos de fraudes.
As ações culminaram em um cenário de radicalismo, como o discurso de ruptura durante as celebrações de 7 de setembro e reuniões para discutir intervenções militares. Investigadores ressaltam que Bolsonaro mobilizou a máquina pública para garantir sua permanência no poder.
O golpe, que quase se concretizou, provocou uma crise institucional após as eleições de 2022, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram prédios dos Três Poderes, resultando em danos de R$ 26,6 milhões.
A operação Tempus Veritatis da PF indiciou Bolsonaro e 36 outros por tentativa de golpe. O relatório com 884 páginas apontou como o ex-presidente liderou a organização criminosa para desestabilizar a democracia.
Agora, a Primeira Turma do STF está preparada para ouvir e julgar as evidências. As sessões estão marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.