Cuidado! Diversidade de retorno nos FIPs é enorme e carteiras são concentradas

FIPs serão abertos a pequenos investidores nos próximos meses, exigindo cautela.

Um estudo revela que as taxas de retorno dos Fundos de Investimento em Participações (FIPs) são mais dispersas que as dos fundos de ações. Alguns apresentam ganhos altos, enquanto outros resultam em perdas significativas.

Os FIPs, conhecidos como fundos de private equity e venture capital, investem em empresas em desenvolvimento, visando lucros futuros. Atualmente restritos a investidores profissionais, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permitirá a participação de pequenos investidores.

Uma análise de 50 FIPs indica grande diversidade de desempenho: o pior perdeu 61,8%, e o melhor rendeu 380,4% entre 2018 e 2023. O retorno mediano foi de 23%, abaixo da inflação de 32,8%.

A pesquisa identifica que 68% dos fundos tiveram desempenho positivo, mas apenas 40% superaram a inflação. O estudo foi conduzido por Antonio Sanvicente, ex-professor da USP.

A pesquisa destaca que a maioria dos FIPs tem baixa diversificação, com carteiras investindo em poucas ações. O retorno muito disperso é uma característica dos FIPs, diferente dos fundos de ações, que são mais uniformes.

Sanvicente alerta que o investidor deve ter cuidado: os FIPs são ilíquidos e não têm critério claro para a avaliação de cotas. Ele recomenda que investidores considerem fundos que compram cotas de FIPs como uma alternativa mais diversificada.

Os valores mínimos para investir em FIPs variam entre R$ 10 mil e milhões. A vantagem é o potencial de retorno, mas o risco é elevado. Esses fundos são para o longo prazo, com resgates apenas ao fim do período ou venda de participações.

Embora o investimento em FIPs possa ser promissor, é indicado para investidores com perfil de alto risco e objetivos bem definidos.