Cúpula do Brics mostra dificuldade de injetar ânimo em clube diluído por ditaduras

A diplomacia brasileira e o Brics

É um mito que a ênfase no Brics seja apenas uma agenda ideológica do governo Lula. O bloco de cooperação, criado em 2009, sempre teve sua importância reconhecida, mesmo sob diferentes administrações.

Contexto atual:

• Durante os mandatos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o Brasil se destacou ativamente no Brics.
• Bolsonaro, apesar de avesso a multilaterais, destacou a relevância do bloco em sua campanha de reeleição em 2022.

Desafios recentes:

• Expansão do Brics: novos membros como Egito, Emirados, Arábia Saudita, Irã, Etiópia e Indonésia, resultando em uma maioria de regimes autoritários.
• Envolvimento em crises geopolíticas: Guerra na Ucrânia e conflitos no Oriente Médio.

Esses fatores dificultam a liderança do Brasil no bloco e o atingimento de consensos, enfraquecendo sua legitimidade como contraponto às potências ocidentais.

Cúpula do Brics:

Realizada no Brasil em 7 de outubro, a cúpula enfrentou desafios para formular um comunicado conjunto. O texto condenou indiretamente ações dos EUA e Israel contra o Irã e abordou a solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina. Além disso, as divergências entre Egito, Etiópia e África do Sul sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU foram um ponto crítico.

Faltas notáveis:

Vladimir Putin não compareceu por receio de ser preso e deportado; Xi Jinping também não participou, evidenciando a fragilidade do encontro.

Estratégias discutidas:

Os discursos tentaram criticar a waria tarifária de Donald Trump e a dependência do dólar no comércio, mas a mistura de interesses controvérsios no bloco levanta dúvidas sobre sua eficácia a longo prazo.