CVM abre investigação contra toda a cúpula do BRB
CVM investiga diretores do Banco de Brasília por não cumprimento de prazos legais em assembleias e inconsistências nas demonstrações financeiras. BRB reporta lucro de R$ 282 milhões em 2024, mas ainda aguarda desdobramentos da investigação.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou um processo para investigar a cúpula do Banco de Brasília (BRB).
Foco da investigação: elaboração das demonstrações financeiras de 2024 e convocação de assembleias gerais ordinárias “não tempestivas”.
A comissão não forneceu detalhes do processo, que é sancionador, indicando que já existem acusações contra os investigados, todos os diretores e integrantes do conselho do banco.
A informação foi veiculada pelo jornal “O Globo” e confirmada pela “Folha de S.Paulo”. O processo foi aberto em 23 de junho, com a peça acusatória concluída três dias depois. A CVM está agora na fase de citação dos acusados.
Em nota, o BRB declarou que ainda não teve acesso ao processo e se manifestará no momento apropriado.
O balanço investigado indicou um lucro líquido recorrente de R$ 282 milhões em 2024, um aumento de 41% em relação ao ano anterior, influenciado por um crescimento de 15,1% na margem financeira.
A carteira de crédito do banco cresceu 20,2%, atingindo R$ 43,1 bilhões, com destaque para o segmento imobiliário, que subiu 29,7%.
O BRB financia tanto unidades residenciais quanto comerciais, atribuindo seu crescimento a um processo de contratação simplificado e taxas competitivas.
O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, um dos alvos da investigação, comentou que “o desempenho de 2024 reflete o amadurecimento da estratégia de transformação do BRB”.
Antes da divulgação do balanço, o BRB foi destacado na mídia por anunciar a compra de 58% das ações do Banco Master, operação ainda sob análise do Banco Central.
Com sede no Distrito Federal, o BRB busca expandir sua atuação nacional, multiplicando sua base de clientes por 14 vezes desde 2018 com patrocínios e taxas agressivas.