Da Faria Lima a Wall Street, bancos veem caminho mais difícil para acordo com os EUA
Analistas destacam que a imposição de tarifas mais altas pelos EUA e a situação de Bolsonaro complicam as negociações comerciais. A expectativa é que o impacto sobre a economia brasileira seja significativo, mas sem risco iminente de recessão.
Analistas do Citi alertam que o caminho para reduzir tarifas dos EUA ao Brasil será “longo e sinuoso” após a determinação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro use tornozeleira eletrônica.
A decisão pode dificultar negociações comerciais entre Washington e Brasília, aumentando a tensão entre os dois países e impactando o mercado financeiro brasileiro.
As reações em redes sociais sobre a medida foram intensas, com 8 dos 10 tópicos mais comentados no Brasil relacionados ao caso. Interlocutores em Wall Street preveem que isso reduz a probabilidade de um acordo comercial antes de 1º de agosto.
Analistas do Citi esperam que a tarifa de 50% imposta por Trump possa ser reduzida para 20%, mas advertiram que o processo será complexo. A confiança no Brasil, que antes era alta, agora enfrenta incertezas com investigações da Casa Branca sobre práticas financeiras brasileiras e tensões políticas internas.
A Capital Economics enfatiza que o tarifação de 50% ou mais é cada vez mais provável, complicando o cenário econômico do Brasil. A avaliação sugere uma possível redução de crescimento do PIB, mas sem risco de recessão significativa.
Setores como aço, carne bovina e etanol estariam entre os mais afetados pela tarifa. O fluxo de capital para o Brasil, embora beneficente anteriormente, também começou a perder força com a escalada da tensão, resultando em perdas no Ibovespa.
Especialistas sugerem que a situação permanecerá sob pressão, com incertezas sobre as reações de Trump, Lula e Bolsonaro nos próximos dias.