Da fraldinha ao acém: como o Madero controla custos após disparada do boi gordo

Alta de preços do boi gordo desafia o Grupo Madero

A alta de aproximadamente 40% no preço do boi gordo em 12 meses impacta uma das maiores redes de restaurantes do Brasil, o Grupo Madero, com cerca de 280 unidades no país.

Para contornar os sucessivos reajustes, a rede está investindo em tecnologia e diversificação de fornecedores. Um novo equipamento de quase R$ 10 milhões foi importado dos EUA para otimizar o processamento da carne.

O CEO Junior Durski afirmou que a tecnologia separa carne de nervo, permitindo a compra de cortes alternativos como o acém, que possui um custo 9% menor do que a fraldinha.

O Madero também ampliou sua lista de fornecedores, incluindo frigoríficos menores e de atuação regional, garantindo segurança sanitária no abastecimento.

Diante de um mercado interno desafiador, onde o consumo está em queda, a empresa planeja abrir mais de 20 unidades em 2026 e buscar 30 novas por ano a partir de 2027.

No primeiro trimestre de 2025, foram investidos R$ 62,5 milhões para novas operações, com a meta de abrir 15 a 20 restaurantes até o final do ano.

A rede conta atualmente com 277 restaurantes, incluindo Madero Steak House e o modelo híbrido Madero & Jeronimo.

Após enfrentar dificuldades financeiras em 2021 e 2022, a empresa reestruturou sua dívida, que foi ajustada para R$ 774,5 milhões no primeiro trimestre de 2023, facilitando o acesso ao mercado de capital.

O CFO Ariel Szwarc destacou que a geração de caixa está melhorando e que a companhia fez seu primeiro pagamento de dividendos históricos, totalizando R$ 211,1 milhões.

O lucro líquido no primeiro trimestre foi de R$ 53,3 milhões, um aumento significativo em relação a R$ 2,8 milhões do ano anterior.