Dalai lama deve anunciar plano de sucessão em meio a disputa com China; entenda
A escolha do sucessor do dalai lama gera tensões entre o Tibete, a China e a comunidade internacional. O líder espiritual destacará detalhes sobre sua sucessão em seu nonagésimo aniversário, enquanto a China reivindica o direito de aprovar o novo dalai lama.
A escolha do sucessor do dalai lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, é um tema de interesse global, envolvendo China, Índia e Estados Unidos.
O dalai lama, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, completa 90 anos no domingo (6) e é uma figura influente além do budismo.
A tradição tibetana afirma que a alma de um monge sênior reencarna após a morte. O 14º dalai lama, Lhamo Dhondup, foi identificado como tal aos dois anos. Sua confirmação ocorreu quando a criança reconheceu pertences do 13º dalai lama.
No inverno de 1940, foi instalado como líder espiritual no Palácio Potala em Lhasa.
Em seu novo livro, "A Voz de uma Nação", o dalai lama afirmou que seu sucessor nasceria fora da China. Desde 1959, ele vive exilado na Índia.
Ele mencionou que divulgará detalhes sobre sua sucessão em seu aniversário e que uma estrutura para discutir a continuidade da instituição será estabelecida.
O Parlamento tibetano no exílio criou um sistema de governo para encontrar e reconhecer seu sucessor.
A China, que reivindica o direito de aprovar o sucessor baseado em um ritual imperial, afirma que a reencarnação deve seguir leis nacionais. Porém, muitos tibetanos veem isso como uma manobra política.
Em seu livro, o dalai lama pediu que os tibetanos não aceitassem um sucessor escolhido pela China.
Pequim classificou-o como um separatista e restringe a exibição de sua imagem. A China nega suprimir direitos tibetanos, alegando que trouxe prosperidade à região.
A Índia abriga mais de 100 mil budistas tibetanos, que têm liberdade para estudar e trabalhar, o que fortalece a posição da Índia diante da China.
Os Estados Unidos também enfatizam os direitos humanos dos tibetanos e não permitirão que a China influencie a escolha do sucessor. Em 2024, o presidente Joe Biden assinou uma lei pressionando a China a melhorar a autonomia do Tibete.