Dalai lama se aproxima dos 90 anos, e tibetanos temem o futuro
Com a fragilidade crescente do dalai lama, o futuro do Tibete no exílio se torna incerto. A necessidade de um plano sucessório se torna urgente em meio às pressões chinesas e à fragilidade da liderança tibetana.
Dalai Lama: 90 Anos e a Incerteza do Futuro Tibetano
O dalai lama está prestes a completar 90 anos e, ao longo de quase sete décadas, liderou os tibetanos no exílio, criando uma pequena democracia no Himalaia indiano com parlamento e várias instituições.
No entanto, a fragilidade do dalai lama levanta preocupações sobre o futuro da nação tibetana sem Estado. Os tibetanos vivem a angústia da perseguição chinesa e a sensação de que potências globais se tornaram aliadas menos confiáveis.
Como parte das comemorações de seu aniversário em 6 de julho, o dalai lama anunciou um plano para determinar seu sucessor, em meio aos esforços da China para controlar o processo sucessório. Ele indicou que seu sucessor pode nascer em um país livre e ser um adulto, não necessariamente do sexo masculino.
A China já tem um modelo de intervenção nas sucessões, como demonstrado no caso do panchen lama desaparecido. Especialistas alertam que surgindo um vácuo de poder após a morte do atual dalai lama, poderíamos enfrentar um “desastre” para os tibetanos.
A liderança do dalai lama foi marcada por um forte compromisso em manter a continuidade do budismo tibetano, interessados em evitar que a China explore qualquer lacuna de poder e causando agitação na comunidade tibetana.
Atualmente, o sikyong ou presidente tibetano no exílio, Penpa Tsering, enfrenta dificuldades com recursos limitados, especialmente após cortes na ajuda dos EUA. O parlamento tibetano se reúne periodicamente, mas a maioria dos membros possui outras ocupações.
O dalai lama, respeitado internacionalmente, tem visto sua influência política sendo transferida para o sikyong, mas a falta de um líder substituto claro gera incertezas sobre o futuro da nação tibetana.