De ferro e aço a aviões e etanol: os produtos mais dependentes do mercado americano
Tarifas de 50% impostas por Trump poderão afetar setores brasileiros com forte dependência do mercado americano. Analistas alertam que produtos como aço e aeronaves estão entre os mais vulneráveis a essa medida.
Tarifas de 50% de Trump impactariam produtos brasileiros
As tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump, se implementadas em agosto, terão impactos significativos em setores que dependem do mercado dos Estados Unidos.
Em 2024, aproximadamente 12% das exportações brasileiras são destinadas aos EUA, que representam cerca de 2% do PIB do Brasil. Contudo, a diversificação das exportações do Brasil pode amenizar o impacto dessas tarifas.
Produtos vulneráveis incluem:
- Semimanufaturados de ferro e aço (72,5% exportados para os EUA)
- Aeronaves (63,2%)
- Materiais de construção (57,5%)
- Etanol (48,5%)
- Petróleo e derivados (27,9%)
A Embraer, fabricante de aeronaves, é um exemplo de empresa que poderia ser afetada, pois tem grandes clientes nos EUA.
No primeiro semestre de 2025, a concentração das cinco principais categorias de exportação caiu para 37%.
O governo brasileiro, em resposta a Trump, destacou que os EUA têm sido superavitários em comércio com o Brasil, acumulando déficits de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos.
As tarifas médias do Brasil (5,8%) são mais altas que as dos EUA (1,3%). O aumento de tarifas de Trump poderá resultar em um salto de 35,5 pontos percentuais nas tarifas de importação de produtos brasileiros.
A medida abrangeria exportações brasileiras avaliadas em US$ 42,7 bilhões, equivalendo a 2% do PIB do Brasil.
Resumo: A diversificação da pauta exportadora é um ponto positivo, mas certos setores ainda estão expostos a grandes dificuldades com a implementação das tarifas.