De Itaú a Mercado Livre: fundos para emergentes ampliam aposta na América Latina
Fundos de mercados emergentes reavaliam ativos na América Latina e aumentam exposição em 2025. Brasil e México se destacam nas carteiras, enquanto a confiança em ações latino-americanas cresce.
Exposição a mercados emergentes na América Latina cresce.
Fundos de investimentos aumentaram a exposição à América Latina no primeiro trimestre de 2025, de acordo com análise de Jennie Li da Bloomberg Intelligence.
A média de exposição subiu para 11% (de 10,2%) e no índice MSCI EM para 6,6% (de 6,1%).
Li destacou que 90 dos 100 maiores fundos estavam sobreponderados ou neutros em relação à América Latina, em contraste com 80 no trimestre anterior.
Os principais focos de investimentos foram Brasil e México, com o Brasil apresentando a maior posição overweight em relação ao MSCI EM.
Enquanto a cobertura dos países andinos foi limitada, cerca de 80% dos fundos não tinham ações colombianas e cerca de 50% não tinham exposição ao Chile.
Argentina, apesar de excluída do índice, atraiu posições ativas, com 20 fundos apresentando exposição ao país.
Emanoelle Santos da XTB Latam relacionou essa reavaliação a fundamentos estruturais que tornaram a região atraente para investimentos.
As ações mais populares incluíram Mercado Livre, sendo a mais amplamente mantida nos 100 avaliados. Outras ações notáveis incluem Grupo Financiero Banorte, Walmart de México e Itaú Unibanco.
Na lista das mais underweight, estão Eletrobras, Nu Holdings e América Móvil.
O relatório do Bank of America indicou uma mudança de preferencias em relação ao Brasil, Argentina e Chile, enquanto o Mexico perde atratividade.
Entre os gestores consultados, 66% acreditam que o Ibovespa superará 140.000 pontos antes do fim de 2025.
Apesar da cautela nos portfólios, 64% planejam aumentar a exposição em renda variável nos próximos seis meses.
O fortalecimento do dólar americano introduziu riscos cambiais, com 7,8% de níveis de caixa, o mais alto desde outubro de 2023.
Setores preferidos: serviços públicos e financeiros, enquanto energia e materiais permanecem subponderados, refletindo incertezas sobre commodities.
Santos prevê continuidade nos fluxos para ações latino-americanas, especialmente no segundo semestre de 2025.