De olho na Páscoa, chocolateiros de Gramado se mexem para driblar alta do cacau
Setor de chocolates artesanais em Gramado se prepara para uma Páscoa promissora, apesar do aumento dos custos com cacau. Expectativa de crescimento de 10% nas vendas é impulsionada pela alta do turismo e eventos na região.
Setor de chocolates artesanais em Gramado (RS) se mostra otimista para a Páscoa de 2024, apesar do aumento de 189% no preço do cacau, conforme dados da Abia.
João Teixeira, diretor executivo da Achoco, destaca que as empresas devem ser criativas para superar a crise, com soluções como chocolates menores.
Teixeira projeta um crescimento de 10% na produção, alcançando mais de 700 toneladas, impulsionado pela expectativa de aumento do turismo, pois a Páscoa é em um clima mais ameno.
O feriado de Tiradentes, em 21 de abril, coincide com o domingo de Páscoa, que beneficia as vendas.
A maior parte do cacau é proveniente da Bahia. A Achoco prevê preços elevados ao longo de 2024 e 2026 devido à oferta reduzida na África Ocidental.
Tiago Cardoso, da Florybal, explica que os chocolateiros estão operando com margens de lucro menores e adaptaram os produtos para tamanhos menores, atendendo ao poder aquisitivo limitado dos consumidores.
A redução do ICMS de 17% para 12% também é vista como um auxílio, embora pequeno. Maurício Weiand, da Chocolates Planalto, afirma que a empresa absorveu parte do aumento, mas mantém o volume de produção.
As indústrias enfrentaram ainda os impactos climáticos de maio, que afetaram o turismo em Gramado.
Cláudio Souza, do Sindtur, projeta que a ocupação hoteleira deve chegar a 90%, com expectativa de recuperação no setor turístico. A alta do cacau não afetou os preços em Gramado.
A ChocoPáscoa Gramado, que começa em 28 de abril, deve atrair mais de 700 mil pessoas e impulsionar as vendas nas lojas de chocolate.
O setor emprega cerca de 2.000 pessoas, representando 5% da população de Gramado.