De quase recuperação ao balde de água fria com Magnitsky: o que esperar para BBAS3?
A volatilidade das ações do Banco do Brasil reflete incertezas em relação à Lei Magnitsky e à deterioração do setor agro. Analistas divergem sobre o futuro dos ativos, com previsões que indicam riscos tanto no curto quanto no longo prazo.
Ações do Banco do Brasil (BBAS3) têm sofrido fortes oscilações devido a expectativas de recuperação e incertezas relacionadas à Lei Magnitsky.
No 15 de agosto, as ações subiram cerca de 4% após resultados negativos do 2T25, embora o lucro tenha caído 60%, para R$ 3,8 bilhões. Isso levou algumas analistas a considerar os papéis como uma “compra tática”.
Apesar disso, muitos analistas seguem com visão neutra, evidenciando a deterioração dos resultados, principalmente pela inadimplência no agronegócio. Após a alta inicial, as ações caíram 6% na terça-feira, impactadas pela decisão do STF sobre bloqueio de ativos.
A medida afeta o cumprimento da Lei Magnitsky, que impõe sanções, e pode complicar as operações de bancos brasileiros no exterior. O economista Rodrigo Marcatti alertou para os riscos de conformidade legal e políticas internacionais. A situação do Banco do Brasil é ainda mais delicada devido ao seu papel na folha de pagamento de servidores federais.
A semana também trouxe notícias sobre um cartão de crédito de Alexandre de Moraes, do STF, bloqueado, reforçando a tensão no setor. Segundo a Genial Investimentos, o risco de isolamento internacional é real, podendo elevar custos de capital.
Gustavo Moreira, especialista em investimentos, vê cautela nos mercados, onde a volatilidade deve persistir até que haja clareza jurídica. As ações do Banco do Brasil, que chegaram a R$ 21, caíram para R$ 19,80. O retorno sobre patrimônio líquido caiu e os dividendos foram revistos, trazendo incertezas aos investidores.
O analista Malek Zein manteve a recomendação de compra, considerando a atual situação exagerada. O Banco do Brasil reafirmou seu compromisso com a conformidade regulatória, operando em mais de 20 países.
Um levantamento mostrou que de 11 analistas, 7 têm recomendação neutra, 1 de venda e 3 de compra para as ações BBAS3.