HOME FEEDBACK

De Shein à Temu: vestidos ‘made in China’ dominam o mercado de quinceañeras no México

O afluxo de vestidos de quinceañera da China ameaça a indústria local no México, resultando em cortes significativos de empregos e perdas financeiras. O governo mexicano impõe tarifas e tenta coibir importações ilegais para proteger o mercado têxtil nacional.

A crescente dependência do México de vestidos de quinceañera da China está afetando o mercado local, provocando perda de empregos e competição desleal.

Vestidos locais, que podem custar até 18.000 pesos (US$ 900), perdem espaço para modelos chineses que custam 3.000 pesos (US$ 150). O empresário Ramón Rodríguez Cano relata uma queda de vendas significativa, tendo reduzido funcionários em 70% nos últimos sete anos.

O panorama é agravado pela inflação, levando famílias a buscar opções mais baratas. Alberto Coindreau observa que o gasto para festas de quinceañera pode chegar a 100.000 pesos (US$ 5.000).

Desde 2010, as importações chinesas de têxteis para o México cresceram de 11% para 35%. Além disso, empresas mexicanas disfarçam roupas de novo como usadas para evitar tarifas.

Em resposta, o governo da presidente Claudia Sheinbaum impôs tarifas de até 35% sobre roupas importadas e intensificou o combate ao contrabando, apontando para a perda de 79.000 empregos no setor.

O especialista Enrique Dussel Peters afirma que o investimento chinês e a capacidade de produção da China tornam difícil a recuperação do setor mexicano. A balança comercial, segundo Rafael Zaga, está desequilibrada, com importações ilegais representando até 60% do mercado local.

Consumidores como Maria del Carmen Múñoz buscam opções acessíveis, dignificando a competição desigual. A situação atual levanta preocupações sobre o futuro da indústria de vestuário mexicana e seu impacto econômico.

Leia mais em bloomberg