De tempos em tempos haverá episódios de crise, diz diretor do FGC
FGC planeja revisar metodologia de cálculo do fundo em 2025. Discussões com associados e Banco Central visam garantir a robustez e a liquidez do fundo frente ao crescimento dos depósitos elegíveis.
O diretor-executivo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Daniel Lima, afirmou a importância de uma gestão eficaz em episódios de crise. Ele anunciou que, no segundo semestre, começará discussões com associados e o Banco Central sobre a metodologia do fundo.
Lima participou de um painel no Congresso da Abipag, em Brasília, onde ressaltou que a revisão das regras dos fundos garantidores é prioridade do Banco Central para 2025 e 2026.
Em 2018, iniciou-se um processo de avaliação da metodologia de cálculo do fundo, com revisão a cada quatro anos, envolvendo instituições, academia e o BC. O parâmetro de liquidez do FGC deve ficar entre 2,3% e 2,7% dos depósitos elegíveis; atualmente, está próximo de 2,3%.
Lima mencionou uma reserva contábil chamada fundo de resolução, que deve ser de 1% dos elegíveis, mas atualmente está em 0,35%. O volume de depósitos elegíveis é de R$ 5 trilhões, um aumento significativo em relação aos R$ 2,2 trilhões de 2019.
A evolução desses números reflete as mudanças no sistema financeiro. Lima enfatizou a necessidade de reanálise da metodologia e pretende iniciar as discussões em 2025. Ele destacou que em 2019 havia R$ 400 bilhões de depósitos fora dos grandes bancos e que hoje são cerca de R$ 1,3 trilhão.
O objetivo é ajustar as contribuições para um fundo robusto que suporte cenários adversos. Lima está pronto para iniciar as discussões futuras e torná-las públicas após os ajustes na regulamentação.
Antes de Lima, Ailton de Aquino Santos, diretor de fiscalização do BC, declarou que o sistema financeiro brasileiro é sólido, e que estresses em instituições são normais, com o regulador sempre presente.