Debate sobre redes sociais reacende na França após streamer ser torturado e morto durante live
Investigação sobre a morte de JP destaca os riscos dos 'desafios extremos' nas transmissões ao vivo. Autoridades francesas começam a cobrar mais responsabilidade das plataformas digitais em relação à segurança dos usuários.
Morte do streamer francês Raphaël Graven, aos 46 anos, levanta questões sobre controle nas plataformas digitais.
Graven, conhecido como Jean Pormanove ou “JP”, foi encontrado morto durante uma transmissão ao vivo de 298 horas na plataforma Kick, na madrugada de segunda-feira (18). As imagens mostram Pormanove inerte, enquanto colegas tentaram acordá-lo de forma agressiva.
A polícia de Nice investiga o caso como suspeita de maus-tratos. Graven era conhecido por transmissões de “desafios extremos”, recebendo críticas de especialistas por práticas de “trauma porn”.
Atualmente, ele acumulava mais de 500 mil seguidores em redes como TikTok, Twitch e Kick.
Dois colegas de JP foram detidos em janeiro por sufocá-lo e agredi-lo durante as transmissões. Um terceiro integrante, Coudoux, apresentava deficiência física e também era alvo de humilhações. Apesar das evidências, os envolvidos negaram violência, afirmando que tudo era encenação.
Graven relatou ganhos de até 6 mil euros mensais com transmissões, e Coudoux, até 2 mil euros. O caso teve ampla repercussão após a ministra de Assuntos Digitais da França, Clara Chappaz, classificar o evento como um “horror absoluto” e anunciar ações contra o caso.
A plataforma Kick anunciou que baniria todos os streamers envolvidos e realizará uma “reavaliação completa” de seus serviços.