Defesa de Câmara recorre contra prisão e nega violação de cautelares
A defesa argumenta que não houve descumprimento das restrições e solicita que o caso seja revisto pela 1ª Turma do STF. Além disso, questiona a validade do acordo de delação de Mauro Cid, alegando falta de voluntariedade e possíveis mentiras nas declarações do delator.
Defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, pediu a revogação da prisão preventiva na 2ª feira (23.jun.2025).
Câmara é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e teve sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes em 18.jun, devido ao descumprimento de medidas cautelares. Desde maio de 2024, ele estava proibido de usar redes sociais e de se comunicar com outros investigados.
Moraes também abriu um inquérito contra o advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, por ter conversado com Mauro Cid sobre delação premiada, via redes sociais. Câmara é acusado de obstrução da investigação.
A defesa nega a comunicação entre Câmara e Cid, afirmando que o contato ocorreu antes da proibição. Eles destacam que a iniciativa foi de Cid e não de Câmara. No recurso, os advogados solicitaram que, se a prisão preventiva for mantida, a decisão seja analisada pela 1ª Turma do STF.
Em 16.jun, Kuntz apresentou a defesa prévia de Câmara, buscando anular o acordo de colaboração de Cid, alegando falta de voluntariedade. Kuntz afirmou que Cid contatou-o pelo Instagram e que discute a legalidade do procedimento de delação.
A defesa do ex-presidente também pediu a anulação do acordo de Cid, com base em mensagens que indicariam mentiras em seu depoimento. Moraes negou esse pedido.
A reportagem da Veja revelou conversas que sugerem que Cid teria usado um perfil para discutir detalhes do inquérito, potencialmente violando o acordo de delação.