Defesa de migrantes venezuelanos presos em El Salvador denuncia ‘torturas’
Advogados denunciam torturas e detenção ilegal de venezuelanos em El Salvador. Governo salvadorenho permanece em silêncio sobre as condições dos deportados e os pedidos de habeas corpus.
Advogados de 252 venezuelanos deportados pelo governo Donald Trump afirmaram que seus clientes sofrem “torturas” físicas e morais em El Salvador.
Os migrantes estão presos há dois meses na megaprisão Cecot e não têm tido comunicação com a equipe que busca provas de vida devido ao silêncio do governo de Nayib Bukele.
No dia 24 de março, um pedido de habeas corpus foi apresentado à Suprema Corte, mas o tribunal não se pronunciou.
O advogado Salvador Ríos relatou que os deportados são tratados como criminosos, com cabeças raspadas e algemadas na entrada da prisão. Sua equipe já entregou cartas ao governo, sem resposta.
Félix Ulloa, vice-presidente salvadorenho, afirmou que os venezuelanos estão recebendo um “serviço penitenciário” em El Salvador.
Trump invocou a Lei de Inimigos Estrangeiros para expulsar os migrantes, acusando-os de vínculos com a gangue Tren de Aragua, o que é negado por suas famílias.
Os 252 venezuelanos e 36 salvadorenhos permanecem incomunicáveis no Cecot. A defesa pediu que a situação de todos os detidos fosse verificada por uma entidade de direitos humanos.
Relatos apontam que um dos presos, Kilmar Armando Ábrego García, foi deportado por erro, apesar de estar protegido contra a expulsão.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos expressou preocupações sobre o caso, afirmando que as famílias se sentem impotentes diante da situação.
Isael Guerrero classificou a detenção como “completamente ilegal”, ressaltando que os venezuelanos não enfrentam processo judicial na El Salvador.
A expulsão impede que a jurisdição dos EUA intervenha. Recentemente, Bukele propôs trocar os venezuelanos por “prisioneiros políticos” de Caracas, sendo esta ação rechaçada por Maduro.
Com informações da AFP