Delegado atacado por Eduardo Bolsonaro presta depoimento sobre golpe ao STF
Delegado da PF confirma participação de Filipe Martins em reuniões com Jair Bolsonaro antes da tentativa de golpe. A defesa do ex-assessor contesta evidências apresentadas na investigação, levantando questionamentos sobre a veracidade das informações da PF.
Depoimento do delegado da PF Fabio Shor ocorreu em 21 de novembro como testemunha do ex-assessor Filipe Martins em ação penal relacionada ao golpe.
Esse depoimento seguiu-se a um ataque do deputado Eduardo Bolsonaro nas redes sociais, onde o chamou de “cachorrinho da Polícia Federal” por suas investigações que envolvem a família Bolsonaro.
Shor, convocado pela defesa de Martins, visava explorar contradições no relatório da PF que indiciou Martins e mais sete pessoas por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.
Durante o depoimento, Shor confirmou que Martins participou de reuniões no Palácio da Alvorada, incluindo uma em 7 de dezembro de 2022, quando Jair Bolsonaro apresentou uma minuta para o Estado de Defesa.
A PF indicou que no dia 7 de dezembro, Martins chegou ao Alvorada às 8h34 da manhã, tendo o registro de entrada confirmado pelo Gabinete de Segurança Institucional.
A defesa de Martins, liderada por Jeffrey Chiquini, questionou Shor sobre a ausência de dados das Estações de Rádio Base (ERBs) que comprovassem a localização de Martins durante as reuniões.
O delegado explicou que Martins utilizou um celular diferente para evitar monitoramento. Chiquini também mencionou que Martins não constava na lista final de passageiros do voo de Bolsonaro aos Estados Unidos.
Contudo, Shor afirmou que havia um registro da entrada de Martins nos EUA correspondente à viagem de Bolsonaro, e a investigação está relacionada a um inquérito americano.
Shor concluiu que Martins pode ter tentado dificultar a investigação.
Com informações do Estadão Conteúdo