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'Demita um extremista'? Estudo mostra que empresários contratam funcionários alinhados

A pesquisa revela que a política influencia significativamente contratações e salários no Brasil, superando até mesmo critérios como gênero e raça. Apesar da intenção de movimentos sociais, as empresas ainda operam sob viés ideológico, evidenciando a discriminação política no setor privado.

Movimento "Demita um Extremista" surge após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk nos EUA, mas pode ter menos impacto no Brasil.

Uma pesquisa de 2022 revela que empresários brasileiros contratam e promovem funcionários com base em afinidade política. Estudo analisa 87 milhões de trabalhadores e 7,5 milhões de empresas de 2002 a 2019, destacando que trabalhadores alinhados ao partido do patrão têm 48% a 72% mais chances de serem empregados.

Nos EUA, a demissão de profissionais por postagens ofensivas após a morte de Kirk gerou polêmica. O Brasil, por sua vez, tem a campanha semelhante investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Resultados da pesquisa indicam que as preferências políticas influenciam contratações, promoções e salários, mais do que fatores como gênero e raça. A prática, chamada de assortative matching, mostra que empresários priorizam um ambiente de trabalho ideologicamente alinhado.

A pesquisa, publicada na American Economic Review, sugere que a discriminação política decorre da preferência dos empresários, e não de favorecimentos políticos. Desde 1995, a lei 9.029 proíbe demissões por opinião política, e o MPT intensificou a atuação contra assédio eleitoral desde 2022.

Questões sobre discriminação e política no ambiente de trabalho são discutidas há décadas por economistas, mas a recente campanha reacendeu o debate no Brasil.

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