Democratas replicam estratégia republicana para enfrentar Donald Trump

Andrei Cherny, ex-redator de discursos do Partido Democrata, expressa sua insatisfação com a falta de clareza da ex-vice Kamala Harris durante a campanha presidencial.

Cherny critica que, enquanto Donald Trump apresentou suas ideias, Harris apenas se opôs a ele. Em resposta, está organizando o Projeto 2029, destinado a criar uma agenda para o próximo candidato democrata, inspirando-se nas estratégias de Trump após sua derrota.

Esse projeto faz referência ao Projeto 2025, a agenda conservadora que Trump usou, e incluirá publicações trimestrais no jornal de Cherny, "Democracy: A Journal of Ideas". A meta é reunir os principais candidatos democratas em torno destas propostas nas primárias de 2028.

O debate interno entre os democratas gira em torno da eficácia das ideias versus a comunicação delas. Celinda Lake, pesquisadora eleitoral, enfatiza que falta uma narrativa clara para transmitir políticas.

Outros defendem que as ideias democratas estão ultrapassadas e desconectadas. Neera Tanden aponta que as políticas de Trump atraem apoio por parecerem alinhadas à classe trabalhadora.

O projeto conta com um conselho consultivo diversificado, incluindo figuras influentes como Jake Sullivan e Anne-Marie Slaughter, mas há ceticismo quanto à unidade do grupo. Adam Jentleson alerta que tentar agradar a todos pode resultar em incoerência.

O periódico "Democracy" já influenciou decisões políticas, mas a luta entre ala populista e defensores da agenda da abundância continua intensa. A primeira busca redistribuição de poder, enquanto a segunda foca na colaboração com empresas.

Estrategistas alerta que o nome Projeto 2029 pode ser problemático, dada a associação negativa com o Projeto 2025, alvo de críticas na campanha de 2024.

Apesar das tensões, Michael Tomasky acredita que o Projeto 2029 pode ter sucesso ao renovar a imagem do Partido Democrata e conectar-se melhor com a classe trabalhadora.