Dependência de fertilizantes russos deixa Brasil vulnerável a mais taxações dos EUA
Novas tarifas dos EUA para fertilizantes russos podem impactar a produção agrícola do Brasil. A dependência do país em importações torna-o vulnerável a aumentos de custos, preocupando especialistas do setor.
Brasil pode enfrentar novas tarifas dos EUA por importação de fertilizantes da Rússia, seu principal fornecedor. Os fertilizantes são essenciais para a preparação da terra para o plantio.
Na quarta-feira (6), Donald Trump impôs uma tarifa adicional à Índia por comprar petróleo russo, elevando a taxa total para 50%. Essa ação pode levar os EUA a taxar também o Brasil, com potencial impacto na produção de alimentos.
Segundo o consultor Carlos Cogo, essa dependência torna o Brasil “vulnerável” a aumentos de tarifas, afetando custos para agricultores e consumidores.
Razões para a dependência de fertilizantes no Brasil:
- Faltam matérias-primas: O país não possui reservas significativas de nitrogênio e potássio.
- Demanda alta: O Brasil, sendo grande produtor de alimentos, tem solo pobre em nutrientes e precisa de fertilização frequente.
- Altos custos de produção: Importar fertilizantes é mais barato devido a infraestrutura limitada.
O Plano Nacional de Fertilizantes, criado em 2022, visa produzir até 50% do insumo consumido até 2050, com investimento de mais de R$ 25 bilhões até 2030.
Trocar de fornecedor não é simples; Rússia responde por 53% de fosfato, 40% de cloreto de potássio e 20% de ureia. Alternativas incluem Canadá, Marrocos e Nigéria, mas há competição por esses fornecedores.
O Brasil é o 4° maior consumidor de fertilizantes do mundo, devido ao solo quimicamente pobre, clima tropical e agricultura intensiva que exige reposição constante de nutrientes.
Impactos do tarifaço: Aumento ou diminuição nos preços dos alimentos no Brasil pode ocorrer devido à instabilidade nas importações de fertilizantes.