Deputadas acionam Conselho de Ética contra senador que falou em enforcar Marina Silva
Deputadas alegam que a declaração de Plínio Valério caracteriza violência de gênero e solicitam ao Conselho de Ética ações decorrentes do descumprimento do Código de Ética do Senado. A controvérsia gerou reações de repulsa, incluindo um pedido de desculpas do próprio senador.
Deputadas do Rede Sustentabilidade protocolaram, nesta quinta-feira (20), uma representação no Conselho de Ética do Senado contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM), após ele declarar que queria "enforcar" a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O discurso ocorreu no plenário na quarta-feira (19), onde Valério disse que não se arrepende da declaração. A representação considera a fala como violência de gênero e solicita ao conselho que tome "providências cabíveis" diante do descumprimento do Código de Ética e Decoro Parlamentar.
O texto argumenta que sua fala "ultrapassa os limites da imunidade parlamentar", evidenciando um discurso de incitação à violência contra a mulher, reforçando práticas condenáveis no contexto político nacional.
Nove deputadas assinaram a representação, incluindo oito do Rede e Tabata Amaral (PSB-SP), além do deputado Túlio Gadelha (Rede-PE).
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou a fala de Plínio, a classificando como "infeliz", e lembrou que não deveria ter utilizado tal expressão em um evento público.
Em resposta, Valério reafirmou sua posição no plenário, dizendo que "é engraçado" ser acusado de machismo e que não teve intenção de ofender. Contudo, em uma nota divulgada, ele pediu desculpas, reconhecendo que sua fala foi "infeliz".
Marina Silva, em participação no programa "Bom Dia, ministra", afirmou que declarações desse tipo não podem ser tratadas como piadas, afirmando que "brincar com a vida dos outros" é uma atitude de psicopatas.