Deputados bolsonaristas impedem sessão na Câmara e batem boca com líder do PT; veja
Debate acirrado no Congresso marca a disputa por anistia e mudanças na estrutura de poder. Deputados bolsonaristas ocupam a Mesa Diretora em protesto, enquanto oposição busca pacificação entre os Três Poderes.
BRASÍLIA – Uma discussão acalorada ocorreu nesta terça-feira, 5, entre deputados bolsonaristas e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), no plenário.
Deputados aliados de Jair Bolsonaro (PL) usaram esparadrapo na boca e ocuparam a Mesa Diretora para bloquear o início da sessão. O objetivo é impedir os trabalhos até que sejam aprovadas:
- Anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro;
- Impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes;
- Proposta de emenda à Constituição para o fim do foro privilegiado.
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou: “Não sairemos daqui até os presidentes de ambas as Casas busquem uma solução de pacificar o Brasil”.
Lindbergh contestou a permanência dos bolsonaristas, destacando que isso está atrapalhando as discussões. Enquanto isso, cerca de 15 deputados permanecem silenciosos na Mesa, às vezes retirando o esparadrapo apenas para beber água.
Mais cedo, oposicionistas propuseram um “pacote da paz” para melhorar as relações entre os Três Poderes. O pacote inclui:
- Uma anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos no 8 de Janeiro;
- Impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes;
- Proposta de emenda à Constituição do fim do foro privilegiado.
O tom foi de ameaça: se as propostas não forem votadas, as votações na Câmara e no Senado não acontecerão.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está em viagem, mas deve retornar em breve. Lindbergh ressaltou que Motta precisa “se impor” diante da situação.
Ele descreveu a ocupação como um “sequestro da Mesa do Parlamento”, afirmando que todas as instituições estão sendo ameaçadas. Lindbergh também mencionou que os deputados envolvidos podem ser responsabilizados no Conselho de Ética.