Deputados paulistas empregam irmãos, primos e até cunhado de aliados políticos
Rede de favorecimento se alastra na Alesp, com quase 80% dos cargos ocupados por indicações políticas. A prática levanta questionamentos sobre a moralidade e a impessoalidade na administração pública.
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) emprega quase 80% de seus cargos por indicações políticas, resultando em favorecimento familiar entre deputados.
Os parlamentares afirmam que as nomeações respeitam as regras da casa, embora a contratação de parentes de aliados levante questões sobre moralidade e impessoalidade.
Exemplos de nepotismo incluem:
- O deputado André Bueno (PL) nomeou Ana Beatriz Ramos Bolsonaro, filha de Valéria Bolsonaro, como secretária especial, com salário de quase R$ 16 mil.
- Outro caso é Joyce Garcia Lopes, esposa de um ex-vereador, com salário bruto acima de R$ 20 mil.
- Bruno Zambelli (PL) nomeou Rubens Fernandes, irmão da vereadora Sonaira, e Bruno Cesar, primo de um ex-vereador, ambos sem irregularidades segundo as partes envolvidas.
- A deputada Carla Morando (PSDB) contratou Anacleto Morando Gerbelli, primo do marido, por R$ 9,2 mil, respeitando preceitos legais.
- O governador Tarcísio de Freitas também se beneficiou, com a contratação de Mauricio Pozzobon, casado com a irmã da primeira-dama, por R$ 23,7 mil.
O ex-presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), e outros deputados também empregam familiares e aliados, justificando as nomeações como prerrogativa parlamentar.
Em resposta crítica, a Alesp destacou que cada parlamentar pode escolher seus assessores, citando a assinatura da Súmula Vinculante nº 13 que proíbe nepotismo.
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