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Deputados rejeitam vetos de Milei, que acumula derrotas na Argentina

A Câmara dos Deputados da Argentina rejeitou vetos do presidente Javier Milei a leis que beneficiam universidades públicas e o hospital pediátrico Garrahan. A decisão poderá ser um marco inédito se o Senado também mantiver a rejeição, aprofundando a crise política do governo.

A oposição argentina rejeitou nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, uma série de vetos do presidente Javier Milei. A decisão abrange leis de financiamento para universidades públicas e o principal hospital pediátrico da Argentina, representando mais uma derrota para Milei.

A rejeição, que ainda precisa ser ratificada pelo Senado, intensifica um contexto político e econômico tenso e mobilizou setores políticos, sindicais e organizações sociais ao redor do Congresso. Se os senadores mantiverem a rejeição, será um fato inédito de derrotas consecutivas do governo no Parlamento.

Os vetos afetavam leis que buscavam atualizar o orçamento universitário e declarar uma emergência sanitária, garantindo recursos ao hospital Garrahan. O líder do bloco peronista, Germán Martínez, destacou a perda de poder aquisitivo de docentes e funcionários, afirmando que precisam ser defendidos.

No Congresso, os vetos foram rejeitados por mais de dois terços dos parlamentares. O deputado governista Santiago Santurio afirmou que a proposta da oposição "será pior que a doença".

Após a primeira derrota do presidente no Congresso, as tensões se acentuam, especialmente após o revés eleitoral em Buenos Aires, onde o governo perdeu por 14 pontos. O governador Axel Kicillof surge como uma possível figura central na oposição.

Centenas de milhares de pessoas se mobilizaram, defendendo os direitos à educação e saúde, com cartazes como "não ao veto" e "salvemos o Garrahan". Zena Gómez, uma graduada, enfatizou a importância do acesso a uma educação de qualidade.

Recentemente, Milei apresentou um projeto de orçamento para 2026 com maiores alocações para saúde e educação, mas reitores universitários o consideraram um agravamento do ajuste, sem compensar perdas. O presidente declarou que "o pior já passou", mesmo diante da grave inflação de 211% em 2023 e outras dificuldades financeiras.

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