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Derrota do IOF escancara relação ‘instável’ entre governo e Câmara e alerta para próximas votações

Derrubada do aumento do IOF gera tensão entre governo e presidência da Câmara. Petistas veem manobras políticas que podem prejudicar as pautas e a arrecadação do governo Lula.

BRASÍLIA - A votação-surpresa que derrubou o aumento do IOF na quarta-feira, 25, gerou irritação entre auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aliados anteveem instabilidade na relação com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Governistas não esperavam a votação nesta semana, com a expectativa de que o tema fosse abordado apenas em julho. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), soube da votação apenas às 23h40, por um telefonema da ministra Gleisi Hoffmann.

Petistas afirmam que Motta havia sinalizado um prazo de 15 dias para a votação, e consideram que ele mudou de posição sem comunicar o Palácio do Planalto. Isso alimenta teorias de uma possível sabotagem ao governo, com Motta ligado a potenciais candidatos à eleição presidencial de 2026.

Votações relevantes para o governo se aproximam, como a isenção do Imposto de Renda para renda até R$ 5 mil e uma medida provisória com arrecadação para compensar a redução do IOF. Espera-se arrecadar cerca de R$ 10 bilhões com essa MP, mas a resistência no Congresso é alta.

Aliados de Motta culpam o discurso governista pela piora nas relações. O governo, por sua vez, defende essa narrativa como parte de seu programa eleito. Nos bastidores, petistas já admitiam a possível derrota na Câmara e agora sugerem que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre a constitucionalidade da derrubada.

A ministra Gleisi Hoffmann afirmou que a ação é inconstitucional e que o decreto tem natureza regulatória. Guimarães declarou que rejeitar o decreto é um “desserviço ao Brasil” e critica a abordagem de “tudo ou nada” em relação ao governo.

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