Derrota no IOF gera novo atrito entre Motta e Haddad, e aliados de deputado falam em quebra de confiança
Relação tensa entre Hugo Motta e Fernando Haddad se agrava após derrubada do decreto do IOF pelo Congresso. Críticas e desconfianças marcam a comunicação entre o presidente da Câmara e o ministro da Fazenda.
A relação entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se deteriorou após a derrota do governo Lula na votação do decreto do IOF.
A comunicação antes amistosa entre os dois se quebrou após Motta criticar a proposta do governo, seguida de um elogio posterior à reunião histórica com Haddad. A relação se azedou quando Motta anunciou a votação do decreto pelas redes sociais, levando Haddad a expressar confusão sobre a mudança de postura do deputado.
Aliados de Motta indicam que ele se sente traído por Haddad, atribuindo à sua crítica uma quebra de confiança. O presidente da Câmara revelou desconforto com os elogios de Haddad a seu antecessor, Arthur Lira, interpretando-os como crítica indireta.
Haddad tentava esclarecer mal-entendidos, afirmando que não faz críticas veladas mas sim diretas. No entanto, após tentativas de comunicação, a relação entre os dois se deteriorou ainda mais. Motta publicou a decisão de derrubar a proposta, culminando em uma votação expressiva: 383 votos a favor e 98 contra.
Atualmente, a relação entre Haddad e Motta é descrita como inexistente, mas aliados sugerem que há potencial para restabelecer o diálogo. O presidente Lula elogiou Haddad, mas expressou preocupação com os desencontros nos trâmites legislativos.
A situação no Congresso se mistura com a oposição a Lula, cuja reeleição depende do sucesso econômico. Acredita-se que alguns políticos deverão atuar como bombeiros para mitigar a crise entre as lideranças.