Desaceleração e dólar fraco: Deutsche Bank vê riscos para economias da América Latina
Cenário desafiador para a América Latina deve ser marcado por volatilidade e desaceleração econômica. Especialistas apontam riscos políticos e mudanças na política monetária dos EUA como principais fatores de impacto.
Volatilidade externa e riscos políticos impactam mercados latino-americanos no 2º semestre.
Expectativa de desaceleração econômica é prevista, segundo Francisco Campos, economista-chefe do Deutsche Bank. Embora a América Latina tenha mostrado resiliência, fatores externos podem trazer impactos significativos.
Cambios na política comercial dos EUA e a volatilidade do dólar serão fundamentais. Campos afirma que “não haverá recuperação da força do dólar em um futuro próximo” devido a déficits fiscais dos EUA.
O caso brasileiro é destacado devido a ameaças tarifárias de Donald Trump. Campos argumenta que não há base econômica para as tarifas e que o impacto na economia brasileira seria limitado a cerca de 0,2% do PIB.
O Deutsche Bank não prevê cortes na taxa Selic até 2026, devido a problemas fiscais, mas medidas do governo Lula podem amortecer esse efeito. A política fiscal do Brasil ainda não é favorável à estabilidade da dívida.
No México, o baixo crescimento econômico persiste, mas não há sinais de estagflação. O Banco do México pode ser pressionado a reduzir as taxas de juros.
A situação fiscal na Colômbia é crítica, com déficits em torno de 7% por três anos e perda de credibilidade nas regras fiscais. Em contraste, o Peru mantém estabilidade, mas pode realizar cortes, e o Chile passa por um cenário eleitoral que influenciará suas políticas.
No geral, Campos prevê uma desaceleração generalizada na América Latina, com cada país enfrentando desafios específicos, e destaca o papel da China como uma variável crítica para a região.