Desaceleração gradual, inflação teimosa e dólar volátil: XP traça cenário para Brasil

A economia global enfrenta incertezas, com foco nos EUA; estagflação dominando projeções a curto prazo, segundo relatório da XP Investimentos.

Consequências das tarifas comerciais de Donald Trump podem prolongar efeitos negativos na recuperação econômica. A política monetária do Federal Reserve e decisões do Congresso serão cruciais.

Para Caio Megale, economista-chefe da XP, um período de estagflação entre seis e doze meses é "inevitável". A evolução das tarifas comerciais, especialmente com a China, determinará o futuro.

Comportamentos do dólar e das commodities já indicam trocas de fase: o dólar caiu em relação a moedas globais, enquanto os preços do petróleo estão cerca de 20% abaixo de seus níveis em janeiro.

Essas mudanças influenciam o Brasil, trazendo redução da inflação e menores altas na taxa Selic, com previsão de 15% ao final do ciclo. A inflação deve ser resistente, com projeções de 5,7% para 2025 e 4,7% para 2026.

A taxa de desemprego no Brasil estabilizou-se em 6,5%, com crescimento de 7,5% na massa de renda real. Estímulos como a liberação de recursos do FGTS devem sustentar a demanda.

A XP prevê que o PIB crescerá 2,3% em 2025 e 1,5% em 2026, apesar das incertezas externas. O real valorizou cerca de 8,5% em relação ao dólar, impulsionado pela fraqueza da moeda americana.

Projeção para a taxa de câmbio foi ajustada para R$ 5,80 por dólar até o final deste ano, com os superávits comerciais revisados. A dívida bruta pode atingir 79,9% do PIB em 2023.

Medidas políticas em andamento visam sustentar a economia, incluindo reformas no imposto de renda e mudanças em empréstimos consignados. O governo busca sinalizar compromisso com o teto de gastos a partir de um relatório de receitas e despesas.