HOME FEEDBACK

Desembargador gastava R$ 113 mil por mês com cartão de crédito, revela investigação

Desembargador é investigado por suposta venda de sentenças e gastos incompatíveis com sua renda. A análise de suas finanças revela consumo elevado e aquisições de imóveis com valores subdeclaráveis, levantando suspeitas de corrupção.

Desembargador João Ferreira Filho gastou R$ 1.364.179,76 em 2023, com média mensal de R$ 113 mil, quase três vezes seus gastos anteriores. Ele é investigado por um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e está afastado desde agosto do ano passado.

Ferreira Filho recebeu R$ 1.192.130,58 em salários no mesmo ano, e a diferença entre gastos e receitas levanta suspeitas de propinas. A análise das contas bancárias e faturas de crédito indica movimentação financeira irregular.

O desembargador e o advogado Roberto Zampieri, central ao esquema, tiveram diálogos suspeitos. Zampieri foi executado em dezembro de 2023. Mauro Campbell, corregedor nacional de Justiça, descreveu gastos excessivos e aquisições imobiliárias incomuns, com apartamentos declarados a valores muito inferiores aos reais.

Estatísticas de gastos nos últimos anos mostram um padrão de produtividade excessiva em cartões de crédito. Em 2023, Ferreira Filho gastou quase R$ 200 mil a mais do que seus salários, levantando questões sobre sua capacidade de manter esse padrão sem outras fontes de renda.

Não houve explicações convincentes sobre a origem desse dinheiro. A defesa alega que sua fortuna vem de 30 anos de judicatura e que gastou com depósitos de anos anteriores. No entanto, essa explicação não foi considerada válida pela investigação.

A acusação enfatiza inconsistências nas declarações de imposto de renda e aquisições de bens de luxo. Compras de imóveis “subvalorizados” indicam tentativas de ocultar práticas ilícitas. A defesa, por sua vez, rechaça as alegações de envolvimento em atos ilegais, argumentando que as conclusões são errôneas e infundadas.

Leia mais em estadao