Dexco: Goldman Sachs vê fluxo de caixa pressionado e corta DXCO3 para neutro
Goldman Sachs reduz perspectiva para a Dexco devido a desafios financeiros e rentabilidade fraca em segmentos-chave. A instituição projeta que despesas financeiras continuarão elevadas, limitando a valorização das ações da empresa nos próximos anos.
Goldman Sachs rebaixa recomendação das ações da Dexco (DXCO3) de compra para neutro.
O preço-alvo foi reduzido de R$ 7,90 para R$ 6,00, indicando um potencial de alta de apenas 5% em relação aos atuais níveis de preço.
Desde a inclusão na Americas Buy List em setembro de 2021, as ações da Dexco sofreram queda de 56%, enquanto o Ibovespa avançou 20% no mesmo período.
Analistas destacam que, apesar de o papel ter historicamente bom desempenho em quedas de juros, não acompanhou a recente queda de 100 pontos-base na curva de 10 anos devido a desafios da companhia.
Projeções indicam que as despesas financeiras líquidas devem ficar entre R$ 820 milhões e R$ 850 milhões em 2025 e 2026, representando 50% a 60% do Ebitda.
- Pressão negativa sobre o fluxo de caixa livre, mesmo com a queda da Selic.
- Segmentos de Deca e cerâmicas continuarão com rentabilidade fraca, com Ebitda nulo ou negativo em 2025.
- Custos com ureia aumentaram 42%, impactando negativamente o Ebitda.
A Dexco deve manter bom desempenho nos painéis de madeira, mas com upside limitado.
O Goldman prevê desalavancagem lenta, com a relação dívida líquida/Ebitda caindo de 4,0 vezes no 1T25 para 3,9 vezes até o fim de 2026.
Embora o valuation atual esteja 11% abaixo da média histórica de 10 anos, há pouco espaço para reprecificação no curto prazo.
Um possível gatilho positivo seria a joint venture de celulose solúvel, com expectativa de distribuição de dividendos em 2026, ainda não incorporado nas projeções do banco.
Atualmente, Dexco é negociada a 7,6 vezes e 6,8 vezes EV/Ebitda para 2025 e 2026, frente à média histórica de 8,4 vezes.