Dezenas de milhares desafiam governo Orbán em parada LGBT+ de Budapeste; veja vídeo
Parada LGBTQIA+ em Budapeste se torna um dos maiores protestos contra o governo de Orbán, que busca restringir direitos da comunidade. A marcha atraiu cerca de 100 mil pessoas, em um desafiador ato de resistência a uma lei que proíbe manifestações do tipo.
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas em Budapeste, Hungria, para a parada LGBTQIA+ no Dia do Orgulho, desafiando uma lei recente que proíbe manifestações. Este ato tornou-se um dos maiores protestos contra o governo de Viktor Orbán em anos.
A multidão, com bandeiras do arco-íris, protestou contra o premiê, que está no poder há mais de 15 anos. Um participante declarou: "isso é sobre muito mais do que homossexualidade, é o momento de defendermos nossos direitos".
Organizadores afirmam que cerca de 100 mil pessoas estiveram presentes, tornando o evento um dos maiores da história da Hungria desde a queda do comunismo.
O governo de Orbán é visto como autoritarista, restringindo a imprensa e os direitos LGBT+. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é ilegal, e os direitos de pessoas trans foram eliminados por mudanças na Constituição.
Recentemente, o parlamento húngaro aprovou uma lei que proíbe marchas do orgulho, justificando como proteção às crianças. O próprio Orbán insinuou apoio a ideais conservadores com a volta de Donald Trump. O prefeito de Budapeste, Gergely Karacsony, tentou contornar a proibição, mas a polícia manteve a decisão com base na nova lei.
A participação na marcha poderia gerar multa de até € 500 e penas de prisão, com a polícia utilizando reconhecimento facial para aplicar punições. Karacsony expressou que não tinha medo de prisão.
Grupos de extrema direita realizaram atos contrários à parada, mas não houve violência generalizada. Entre os participantes da parada estavam 70 membros do Parlamento Europeu. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apoiou a manifestação.
O Ministério das Relações Exteriores da Hungria advertiu que até diplomatas estariam sujeitos às penalidades da nova lei. A escalada de repressão contra pessoas LGBT+ por parte do governo Orbán é considerada uma estratégia para mobilizar sua base para as próximas eleições gerais em abril de 2026.