Dia de greve geral na França começa com 58 prisões
Protestos na França mobilizam milhares contra governo Macron e resultam em 58 detenções. A greve geral conta com apoio de sindicatos e partidos de esquerda, refletindo descontentamento com reformas e austeridade.
Cinquenta e oito pessoas foram detidas na manhã desta quinta-feira (18) na França, durante uma greve geral contra o governo do presidente Emmanuel Macron.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, anunciou que o policiamento preventivo evitou bloqueios de estradas, escolas e pátios de ônibus.
As maiores manifestações estão previstas para a tarde em Paris e outras cidades. Um novo balanço deve ser divulgado às 19h (14h de Brasília).
O governo mobilizou 80 mil policiais e "gendarmes". Retailleau alertou sobre a ação de grupos de vândalos, conhecidos como black blocs.
Apenas 90% dos TGVs (trens de alta velocidade) estão em operação. No metrô de Paris, apenas 3 das 16 linhas funcionam normalmente. No ensino médio, 45% das escolas estão em greve, com total apoio de farmacêuticos e fisioterapeutas.
O movimento é descentralizado e se opõe a Macron e ao primeiro-ministro Sébastien Lecornu, além de contestar as medidas de austeridade, como a reforma que aumentou a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos.
As centrais sindicais e partidos de esquerda apoiam os protestos. O líder da ultraesquerda, Jean-Luc Mélenchon, pediu a renúncia de Macron, chamando-o de responsável pelo caos.
Lecornu foi encarregado por Macron de formar um novo gabinete, o quarto em dois anos. A atual coalizão não possui maioria na Assembleia Nacional. A oposição pede a dissolução da assembleia e novas eleições ou a renúncia de Macron, antecipando a eleição presidencial de 2027.