Dilema Europeu: construir sua indústria militar ou depender dos EUA? Veja tudo que envolve a decisão
Europa destina bilhões para modernização militar, mas debate é acirrado sobre dependência tecnológica dos EUA. Especialistas alertam para a necessidade de fortalecer a indústria de defesa local sem descuidar das capacidades imediatas.
Investimentos militares na Europa quase dobrarão na próxima década, com expectativas de beneficiar a indústria de defesa europeia. Contudo, a incerteza sobre a inovação gerada por um possível gasto de 14 trilhões de euros (US$ 16 trilhões) persiste.
A Europa enfrenta falta de alternativas de qualidade para equipamentos de defesa, como o famoso F-35 da Lockheed Martin. Muitos sistemas de defesa, como o Patriot, drones e artilharia sofisticada, são importados dos EUA.
Com a guerra na Ucrânia, surge o dilema: investir em tecnologia americana ou desenvolver uma indústria militar própria? A cúpula da OTAN decidiu que os países devem gastar 3,5% de suas receitas nacionais em investimentos militares.
Existem duas principais visões sobre os gastos:
- Construir uma indústria de defesa local para não depender dos EUA.
- Comprar equipamentos agora para apoiar a Ucrânia, priorizando capacidades imediatas.
A Polônia defende que ambas as abordagens são compatíveis, podendo comprar armamentos americanos enquanto investem localmente.
A dependência de tecnologia americana é uma preocupação, especialmente com a incerteza sobre o apoio dos EUA. O limite de 35% sobre equipamentos militares de empresas não pertencentes à UE foi estabelecido, e algumas nações, como a França, queriam limitar ainda mais.
Críticos temem que a onda de gastos perpetue uma dependência da Europa em relação aos EUA para capacidades avançadas. No entanto, alguns especialistas, como Guntram Wolff, acreditam que a Europa pode evoluir para uma maior autonomia tecnológica nos próximos anos.