Dino segue Moraes para condenar mulher que pichou estátua da Justiça
STF analisa condenação de cabeleireira por pichar estátua em ato golpista. Débora Rodrigues dos Santos enfrenta pena de 14 anos devido à sua participação em crimes coletivos durante os eventos de 8 de janeiro.
STF condena cabeleireira a 14 anos por pichação
O ministro do STF, Flávio Dino, seguiu o voto de Alexandre de Moraes para condenar a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, 39 anos, a 14 anos de prisão. Ela pichou a estátua “A Justiça” no 8 de Janeiro com a frase “perdeu, mané”, em referência ao presidente da Corte, Roberto Barroso.
O julgamento está ocorrendo em plenário virtual desde 21 de março de 2025, até 28 de março. Até agora, apenas Moraes e Dino votaram. Um novo voto favorável consolidaria a maioria pela condenação.
Moraes sugeriu que a pena inclua 12 anos e 6 meses de reclusão e 1 ano e 6 meses de detenção. O voto do relator pede a condenação por todos os crimes imputados pela PGR, os mesmos atribuídos a Jair Bolsonaro e outros 33 acusados de tentativas de golpe em 2022.
Provas e defesa
Moraes destacou que Débora foi identificada pichando a estátua com base em imagens da Folha de S.Paulo, que evidenciam sua “contribuição ativa” em atos antidemocráticos. A decisão menciona que ela estava orgulhosa do vandalismo.
Porém, não existem imagens que comprovem sua entrada nos Três Poderes. A defesa argumentou que não havia evidências suficientes para atribuir a autoria dos crimes a Débora.
Moraes considerou o crime como “multitudinário”, onde a responsabilidade penal é compartilhada. A PGR corroborou que, em crimes coletivos, a individualização é complicada, mas a contribuição de todos é inegável.
A decisão também aponta que Débora apagou provas de sua participação, pois a Polícia Federal não encontrou “conversas relevantes” em suas mensagens de WhatsApp desde dezembro de 2022.
Situação atual
Débora virou ré na 1ª Turma do STF em 9 de agosto de 2024 e está presa preventivamente desde 17 de março de 2023, por ordem de Moraes. Ela foi detida na 8ª fase da operação Lesa Pátria, voltada a participantes dos atos de 8 de janeiro.
Durante os eventos, foi fotografada pichando a estátua e, segundo a defesa, usava apenas um batom para o ato.