Diplomacia dos EUA intensifica ataques a Moraes e sinaliza novas sanções ao Brasil
A tensão entre Brasil e EUA aumenta após críticas do vice-secretário americano a Alexandre de Moraes. Enquanto isso, Lula defende a soberania do Brasil e busca reafirmar sua autonomia na comunidade internacional.
A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos aumentou em 17 de outubro.
O vice-secretário de Estado americano, Christopher Landau, publicou nas redes sociais que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, está “descontrolado” e pediu que as autoridades brasileiras o controlem, alertando para o risco de deterioração das relações bilaterais.
A mensagem surgiu após um suposto pedido de prisão contra uma cidadã americana de origem brasileira que criticou o STF. Landau acusou Moraes de violações de direitos humanos e de usar o Judiciário para perseguir opositores.
As declarações de Landau coincidem com as de Marco Rubio, que classificou os ministros do STF como “juízes ativistas” e anunciou possíveis retaliações contra o Brasil.
Moraes já figura na lista da Lei Magnitsky, resultado que inclui bloqueios de cartões de crédito de bancos brasileiros nos EUA e a suspensão de vistos de sete ministros do STF.
Durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus, Moraes reafirmou a soberania do Brasil e criticou interferências externas. Lula contrastou a pressão de Washington com a narrativa de independência institucional do Brasil.
Com a possibilidade de novas sanções, há preocupações sobre impactos em setores estratégicos, como o agronegócio, em meio à dependência do Brasil de fertilizantes russos.
A escalada acontece próximo à Assembleia Geral da ONU, onde Lula fará o discurso de abertura no dia 23, buscando reforçar o compromisso do Brasil com a democracia.
Em artigo no New York Times, Lula indicou que o Brasil está aberto a negociações com os EUA, mas ressaltou que “a democracia e a soberania” do país não estão em debate.