Diretor do BC avalia que debate sobre corte da Selic é “precoce”
Banco Central descarta discussão sobre corte na Selic e reafirma compromisso com política monetária restritiva. A inflação permanece acima da meta, tornando incerto qualquer ajuste nas taxas de juros.
Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central, afirmou que o debate sobre corte da taxa Selic é “precoce” e não faz parte das discussões do Copom. Ele participou do Barclays Day in Brazil em São Paulo, onde destacou que a taxa de juro base permanecerá em um patamar restritivo por um período "bastante prolongado".
Guillen mencionou que a análise das variáveis macroeconômicas do BC ainda não indica ajustes para baixo na taxa. Ele ressaltou que a inflação está acima da meta de 3% e do limite de 4,5%. “Os núcleos da inflação têm estado acima da média por quase um ano”, declarou.
Além disso, ele afirmou que as expectativas de inflação estão “desancoradas”, o que causa preocupação. Guillen defendeu que a atuação do Copom busca a convergência da inflação para a meta e que a pausa nas altas da Selic é para avaliar os efeitos dos aumentos.
O BC aumentou a projeção do PIB de 2025 de 1,9% para 2,1% e reduziu a estimativa de inflação de 5,1% para 4,9% para este ano. A taxa Selic está atualmente em 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos, e o BC prevê que a política monetária restritiva ainda terá impactos.
Guillen, cujo mandato termina em dezembro de 2025, foi questionado sobre uma possível recondução ao cargo, mas disse que sua preocupação principal é levar a inflação à meta, afirmando que a recondução “não tem sido um assunto por enquanto”.