Dirigentes de entidades investigadas por fraude no INSS eram laranjas de empresários
Investigação revela esquema fraudulento envolvendo laranjas e empresários no INSS. Polícia Federal aponta prejuízo de até R$ 6,3 bilhões para aposentados e movimentações de R$ 1,7 bilhão por entidades ligadas ao esquema.
Levantamento da Polícia Federal revela um esquema de fraude contra aposentados do INSS. Dirigentes de diversas entidades funcionavam como laranjas de empresários que lucravam com descontos indevidos em benefícios.
Ao todo, sete entidades arrecadaram cerca de R$ 1,7 bilhão desde que começaram a operar convênios com o INSS. Esses integrantes formais incluem beneficiários do Bolsa Família, idosos com renda mínima e até uma funcionária de limpeza.
Uma das instituições citadas é a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), que movimentou R$ 168 milhões desde 2021. A presidência estava em nome de uma idosa de 81 anos, enquanto o advogado Roberto Marinho Luiz da Rocha controlava financeiramente a entidade.
Outro caso de destaque é a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN), que movimentou R$ 233 milhões. Seu contrato foi reativado após ser descredenciada, e seu líder, André Fidelis, é investigado por propina.
A estrutura do esquema foi caracterizada como organização criminosa por utilizar testas de ferro para ocultar os verdadeiros operadores. O modelo lembra esquemas de lavagem de dinheiro já vistos em outras áreas do setor público.
Estima-se que o esquema causou um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões aos beneficiários da Previdência. A gravidade do caso resultou na exoneração do presidente do INSS, suspensão dos convênios e coleta de assinaturas para uma CPI no Congresso.