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Discurso de Powell reduz temores de recessão e de alta da inflação em Wall St

O Federal Reserve mantém a taxa de juros e sinaliza cortes futuros, tranquilizando investidores após um mês de perdas no mercado. Apesar das incertezas econômicas, a recuperação das ações é impulsionada pela expectativa de uma política monetária flexível.

Chances de recessão aumentam, mas não são alarmantes, segundo o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. A inflação persiste, mas não é preocupante, e a política comercial está em análise.

O índice S&P 500 subiu até 1,8%, fechando com 1,1%, o melhor desempenho em um dia de decisão do Fed desde julho. O Nasdaq 100 teve máxima de 2%, com Apple, Microsoft e Nvidia parando quedas.

Os investidores em títulos, normalmente opostos aos de ações, também reagiram positivamente, fazendo os rendimentos de 10 anos caírem pelo terceiro dia seguido.

O Fed manteve as taxas de juros e sinalizou dois cortes ainda este ano. A previsão de crescimento econômico foi reduzida e a perspectiva de inflação aumentada, criando preocupações sobre uma possível estagflação.

Entre os dados positivos, Powell destacou a robustez de produção e pedidos. “Os traders enxergam além das preocupações devido à flexibilização da política monetária”, disse Scott Colyer, da Advisors Asset Management.

A recuperação das ações ocorreu após um mês difícil, onde US$ 4 trilhões foram eliminados do S&P 500. O índice acumulava queda de 6% desde a reunião de janeiro do Fed.

Apesar da alta recente, há ansiedade sobre novas quedas, com o Nasdaq ainda 11% abaixo do pico de fevereiro. Adam Sarhan, da 50 Park Investments, ressaltou que o mercado agarra qualquer notícia não negativa.

Ações de empresas tecnológicas subiram, enquanto o índice Russell 2000 avançou 1,6%. Ivan Feinseth, da Tigress Financial Partners, mencionou que os preços estão em recuperação após quedas acentuadas.

Powell afirmou que, se os dados econômicos piorarem, o Fed agirá rapidamente. Garrett Melson, da Natixis Advisors, concorda que o Fed está "dovish", mas condicionado a deterioração maior.

A possibilidade de inflação contínua pode limitar cortes de juros. Jamie Cox, do Harris Financial Group, destacou que o mercado reagiu positivamente à redução do ritmo de redução dos títulos do Tesouro.

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