Discussão sobre patamar dos juros é 'legítima' e 'cabe ao BC explicar o que faz e por que faz', diz Galípolo
Galípolo destaca a importância da transparência na comunicação do Banco Central sobre política monetária. Ele reconhece o desafio de explicar as altas taxas de juros e sua relação com a inflação, enfatizando a legitimidade do debate público.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destaca a importância da comunicação com a sociedade sobre a política monetária durante cerimônia de 60 anos do BC, na Câmara dos Deputados.
Galípolo afirmou que é legítimo e bem-vindo o aumento do debate público sobre a taxa de juros, que atualmente está em 14,25% ao ano, o patamar mais alto desde 2015/2016. Essa taxa é criticada por seu impacto na economia e no emprego.
As críticas ao BC eram mais intensas sob a gestão de Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro. Desde a nomeação de Galípolo, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva, as críticas diminuíram.
Galípolo explicou que o BC busca frear a inflação e que as taxas altas são necessárias, pois a economia cresce acima do desejado. Ele ressaltou que, apesar dos juros elevados, o Brasil mantém taxa de desemprego baixa e crescimento dos rendimentos das famílias.
O presidente do BC sugeriu que a transmissão da política monetária no Brasil pode não funcionar como em outros países, resultando na necessidade de "doses maiores do remédio" para ter o mesmo efeito sobre a inflação.