Disputa internacional pelo ovo deve manter preços aquecidos
Crise global dos preços dos ovos é impulsionada pela gripe aviária nos EUA, Europa e Ásia. As exportações brasileiras aumentam, mas o país também sente os reflexos da alta nos preços internacionais.
A crise dos preços dos ovos é um fenômeno internacional, afetando os Estados Unidos, Europa e Ásia, e vai além da Páscoa e mutações climáticas.
Essas regiões enfrentam uma fase aguda da gripe aviária, reduzindo o número de poedeiras e a produção de ovos, aumentando a necessidade de importação e impactando os preços globais.
O Brasil, que produz 99% de seus ovos internamente, também tem aumentado suas exportações. Nos dois primeiros meses de 2024, exportou 4.884 toneladas, 38,2% a mais que em 2023. Em fevereiro, as exportações foram de 2.527 toneladas, com Emirados Árabes e Estados Unidos sendo os principais compradores.
A situação é crítica nos Estados Unidos, onde 166,4 milhões de aves foram perdidas desde 2022 devido à gripe aviária. A perda de 30,1 milhões de poedeiras apenas em 2024 elevou os preços para um recorde de até US$ 13 por dúzia.
Os preços subiram 12,5% em fevereiro e 59% nos últimos 12 meses. A produção deve cair para 8,9 bilhões de dúzias a menos que a gripe avance ainda mais.
O USDA prevê importações de 67 milhões de dúzias em 2024, 125% a mais que no ano passado. As importações de ovos para os EUA aumentaram de 124 mil toneladas em 2019 para 172 mil no ano passado.
A União Europeia também vive um aumento de preços e importações, com uma alta de 32% em 2024, enquanto a produção local é de 6,8 milhões de toneladas.
A Austrália e a China buscam manter a produção e o consumo, com a China liderando mundialmente com 613 bilhões de ovos, enquanto o Brasil, em quinto lugar, produz 60 bilhões de ovos.
Apesar de não ter a gripe aviária, o Brasil enfrentou um aumento de 15% no preço dos ovos em fevereiro, acumulando 18% no ano, segundo a Fipe.