Disputa por ilha em fronteira com Brasil será longa, diz presidente da Colômbia
Gustavo Petro reafirma que a disputa territorial com o Peru é complexa e pode se estender por anos, negando motivações políticas. O governo colombiano não reconhece a soberania peruana sobre a ilha de Santa Rosa, enfatizando a necessidade de uma negociação bilateral.
Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que a reivindicação sobre uma ilha no rio Amazonas à frente do governo do Peru será um processo longo, possivelmente indo a tribunais internacionais. Ele negou que a questão seja uma manobra política antes das eleições de 2026.
Em entrevista ao El Espectador, Petro comparou a disputa atual com uma anterior com a Nicarágua sobre San Andrés, dizendo que o processo pode levar anos.
Petro declarou: “A Colômbia não reconhece a soberania do Peru sobre a chamada ilha de Santa Rosa” e criticou o Peru por apropriar-se do território colombiano.
A posição de Petro causou reação do governo peruano, que afirmou que “não há discussão” sobre sua soberania no distrito de Santa Rosa de Loreto.
Histórico: Em 1922, Colômbia e Peru assinaram um tratado estabelecendo o rio Amazonas como fronteira. Mudanças no curso do rio criaram novas ilhas, gerando disputas sobre titularidade.
Segundo Petro, a Colômbia está perdendo acesso ao Amazonas devido a essas mudanças. Ele informou que a ilha de Santa Rosa está se unindo à ilha Chinería, formando uma ponte que pode deixar Leticia isolada.
Petro afirmou que a reclamação deveria ter sido feita em 2017 e sugeriu que o surgimento de novas ilhas requer um acordo bilateral para resolver disputas.
No discurso em Leticia, ele mencionou a intenção de reativar a Comissão Mista Permanente para a Inspeção da Fronteira Colombo-Peruana e confirmou participação em reunião nos dias 11 e 12 de setembro em Lima.
Por fim, Petro rejeitou críticas sobre suas intenções eleitorais, enfatizando que sua preocupação é a decisão do Congresso peruano de criar o distrito de Santa Rosa em junho passado.