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Dívida de países da América Latina se mantém pressionada apesar de recuo do dólar

A desvalorização do dólar traz desafios a países da América Latina, que enfrentam restrições fiscais e dificuldades para acessar mercados de dívida. Apesar da expectativa de um dólar mais fraco, a região continua a lutar com altos níveis de dívida e déficits persistentes.

Enfraquecimento do dólar é geralmente positivo para investidores em países emergentes, mas suas vantagens têm sido limitadas na América Latina por desafios locais.

Embora o índice DXY mostre um enfraquecimento do dólar, condições de financiamento externo na região permanecem difíceis devido a altas taxas de juros e inflação.

Segundo Jonathan Fortun do Institute of International Finance, “a derrapagem do dólar não foi acompanhada de taxas de longo prazo mais baixas ou melhora na liquidez global.”

Países como Brasil, Bolívia, Colômbia, Panamá e México enfrentam altos déficits fiscais, limitando opções diante da fraqueza da moeda americana.

Dívida externa do Brasil caiu 1,53% para US$ 53,91 bilhões, mas a dívida interna aumentou 21,1% para R$ 7,20 trilhões, indicando uma relação dívida/PIB crescente.

Na América Latina, muitos países têm mais de 40% de sua dívida em moeda estrangeira, tornando-os vulneráveis à volatilidade do dólar.

A situação fiscal na região é complicada, com o IIF indicando que a dívida global ultrapassou US$ 324 trilhões.

Fortun alerta que a fraqueza do dólar não garante melhoria nas condições de refinanciamento para países com vulnerabilidades fiscais. O Deustche Bank também destaca dificuldades fiscais, especialmente em Colômbia e Brasil.

Apesar das limitações, um dólar fraco poderá ajudar em alguns casos, mas seus efeitos são marginais e não sustentam estratégias ambiciosas de financiamento.

Em resumo, a vulnerabilidade fiscal e a incerteza global superam o impacto positivo de um dólar mais fraco, dificultando o acesso a financiamento externo.

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