Dívida de R$ 100 mil no 'Tigrinho' leva recepcionista a fazer empréstimo com 5 agiotas: 'Choro o tempo todo'

Jennifer de Souza Silva, 33 anos, enfrentou dificuldades financeiras desde cedo, acumulando dívidas que se tornaram uma "bola de neve".

Para tentar quitá-las, começou a participar de jogos caça-níqueis online, como o "jogo do Tigrinho". Segundo levantamento da Serasa, 44% dos endividados já apostaram com o intuito de quitar dívidas.

Jennifer viu sua situação piorar, devendo não apenas a bancos e familiares, mas também a cinco agiotas. Ela afirmou: "Perdi o controle sobre tudo". Após esconder suas dívidas, revelação ao marido ocorreu quando as contas se tornaram "impagáveis".

Atualmente, Jennifer tem R$ 30 mil em dívidas com agiotas e R$ 70 mil com bancos e familiares. Ela ganha R$ 3.600 por mês e luta contra a culpa e depressão.

Agiotagem envolve o empréstimo de dinheiro a juros extorsivos. A economista Carla Beni explica que essa prática é comum devido à falta de regulamentação e ao aumento das taxas de juros.

Os jogos virtuais atraem muitos endividados, aumentando a sensação de desespero. Jennifer admitiu que, em momentos críticos, chegou a considerar tirar a própria vida.

Pelo apoio de amigas, ela começou a receber acompanhamento psicológico e abriu uma loja de pijamas. Além disso, passou a trabalhar como motorista de aplicativo. Ela busca reorganizar suas finanças e compartilhar sua história para ajudar outros.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor mostra que 76,4% das famílias brasileiras possuem dívidas, com maior impacto nas que têm renda de até três salários mínimos.

A economista alerta que, para quem está dependente de jogos, é crucial buscar ajuda médica antes de tentar reorganizar a vida financeira.