HOME FEEDBACK

Djanira: Pinakotheke celebra a dama da pintura, cronista do Brasil

Exposição em homenagem aos 111 anos de Djanira da Motta Costa traz 50 obras inéditas e celebra a trajetória da artista autodidata. Show ficará em cartaz até 19 de julho na galeria Pinakotheke, no Rio de Janeiro.

Djanira da Motta Costa, uma das mais importantes pintoras do Brasil, completaria 111 anos na última sexta-feira. Para celebrar a data, a galeria Pinakotheke, no Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Pintora Djanira, inaugurou uma exposição panorâmica com 50 obras, algumas inéditas, com curadoria de Max Perlingeiro e Fernanda Lopes. A mostra estará em cartaz até 19 de julho.

Djanira nasceu em 1914, em Avaré, São Paulo, e teve uma infância difícil. Após a separação dos pais, passou anos com vizinhos e só foi resgatada pela avó aos 14 anos. Com apenas o primário completo, seu aprendizado sobre a vida veio da lavoura.

Aos 23 anos, contraiu tuberculose e começou a desenhar durante o tratamento. Após se mudar para o Rio de Janeiro, casou-se, mas ficou viúva em pouco tempo devido à Segunda Guerra Mundial. Djanira gerenciou a Pensão Mauá, onde começou sua trajetória artística.

Uma visita de uma cliente suíça a fez perceber seu talento e começou aulas com o pintor Emeric Marcier. Djanira passou a pintar o cotidiano em suas obras, interagindo com artistas da vanguarda moderna, como Maria Helena Vieira da Silva.

Em 1945, ela viajou para Nova York, onde expôs com sucesso e conquistou a atenção de Eleanor Roosevelt. Djanira também explorou o Brasil, afirmando a importância das experiências vividas em sua arte.

Casou-se novamente na Bahia com José Motta e Silva. A exposição da Pinakotheke foca em temas como religiões afro-brasileiras e sua ligação com o Partido Comunista, resultando em um núcleo dedicado a suas obras sobre o cotidiano dos trabalhadores.

Após ser presa durante a ditadura militar em 1964, Djanira se afastou das exposições, mas continuou a pintar em Paraty por 14 anos. Sua obra é dividida em cinco núcleos temáticos, mostrando 40 anos de produção artísticas.

Djanira, reconhecida como autodidata, nunca mudou seu estilo, mesmo enfrentando críticas sobre sua arte. Seu legado é de uma mulher inteligente, trabalhadora e fiel à sua essência. Ela deixou claro que sua pintura não é ingênua e que a luta pela arte é um caminho cheio de encantos.

Leia mais em braziljournal