Do casaco ao aquecedor, varejo estima impulso nas vendas e indústria se prepara para desovar estoque neste inverno
O inverno rigoroso deste ano promete aquecer o varejo de moda e aquecedores, impulsionando vendas e receita. A expectativa é de crescimento nas vendas têxteis e aumento significativo na procura por itens de frio, refletindo em melhores resultados para o setor.
Frio intenso impacta o varejo de moda: Sem a influência do El Niño ou La Niña, as baixas temperaturas deste ano levam a uma expectativa de recuperação para o setor, que vinha sofrendo com invernos amenos.
A indústria têxtil prevê vender 2,2 bilhões de peças nesta temporada, com crescimento de 4% em relação ao ano passado, e um faturamento de R$ 109 bilhões, aumento de 7%.
Vendas de aquecedores também disparam: A Mondial espera vender todo seu estoque em 15 dias, sem perspectiva de reposição antes da primavera.
O aumento no fluxo de consumidores nas lojas durante o inverno é de cerca de 10% em comparação ao verão. João Souza, da C&A, destaca a alta demanda por jaquetas leves e tricô.
A South & Co, em Copacabana, registrou um aumento de 60% nas vendas em relação ao verão. O CEO, Jorge Almeida, menciona a introdução de novas jaquetas para atrair clientes.
No Brechó Peça Rara, as vendas cresceram 30%, com foco em moletons e casacos de tecidos leves.
Fernando Valente Pimentel, da Abit, observa que tanto a indústria quanto o varejo se adaptam às mudanças climáticas, criando coleções menos sazonais.
Desafios persistem: Apesar da melhora no desemprego, Pimentel menciona dificuldades como endividamento e inflação, que limitam o crescimento do setor.
No setor calçadista, a expectativa é manter as vendas em 280 milhões de pares, representando 30% das vendas anuais.
Haroldo Ferreira, da Abicalçados, reforça a importância do frio e da chuva para o aquecimento das vendas.
Demanda por aquecedores continua crescente: Jacques Ivo Krause, da MK, observa que os consumidores buscam modelos mais eficientes para aquecer rapidamente ambientes.