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Do “tchado” aos microssegundos: fim do pregão viva-voz na Bolsa faz aniversário

Museu da Bolsa do Brasil revive a agitação do pregão viva-voz enquanto as Bolsas se modernizam. Mudanças na negociação refletem a evolução do mercado financeiro brasileiro ao longo das últimas décadas.

História do pregão viva-voz no Brasil

Os locais que abrigavam os antigos pregões viva-voz na Bovespa e na BM&F estão intactos, mas agora só podem ser visitados no MUB3 – Museu da Bolsa do Brasil.

No dia 30 de junho, comemoram-se 16 anos do encerramento da antiga BM&F. Já no dia 30 de setembro, celebra-se o 20º aniversário do último pregão da Bovespa.

Hoje, o silêncio predomina no prédio, com um grande painel eletrônico exibindo as oscilações dos papéis. As interações são esporádicas, geralmente durante visitas escolares ou eventos.

A antiga área dos “pits” agora abriga a Arena B3, dedicada a eventos corporativos e culturais.

O ex-operador Aguinaldo Ferreira Dias, agora guia no museu, relembra a agitação dos pregões, com até 1,2 mil operadores comunicando-se por códigos e gestos.

  • Horários de funcionamento: Antes, das 9h às 13h, onde os operadores viviam intensa pressão.
  • Comunicações rápidas: Utilizavam expressões concisas para economizar tempo durante as negociações.
  • Registro das negociações: Tudo era filmado, assegurando a transparência das transações.

Os operadores celebravam o final do ano com uma chuva de papel picado, simbolizando camaradagem, e até tinham um bloco de carnaval na década de 1990.

A transição para a negociação eletrônica foi um passo natural, mas trouxe nostalgia para aqueles que viveram o auge do viva-voz.

As características do pregão evoluíram ao longo das décadas. Desde o corbeille até a digitalização moderna, a forma de negociação se transformou.

A B3 destaca os benefícios da digitalização, como ganhos em escala e transparência. Hoje, o recorde de operações diárias atinge 18 milhões, em comparação com 25-30 mil negócios nos melhores dias do pregão viva-voz.

O tempo de execução das transações também diminuiu drasticamente, passando de interações humanas para sistemas automáticos em apenas 300 microssegundos.

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