Dois terços dos fundos estão adaptados às novas regras a menos de um mês do prazo acabar
Com apenas um mês até o término do prazo de adaptação, 69% dos fundos de investimento já estão em conformidade com a nova regulação. A mudança traz mais transparência e responsabilidade para gestores e investidores, mas exige cuidado na seleção das gestoras.
Faltam menos de 30 dias para o término do período de adaptação à resolução 175, que altera profundamente a indústria de fundos de investimentos no Brasil.
Atualmente, cerca de 69% dos 35 mil fundos estão adaptados, segundo a Quantum Finance. Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) lideram a adaptação com 95%, enquanto apenas 43% dos fundos imobiliários estão adequados.
A regulação, divulgada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em dezembro de 2022 e que entrou em vigor em outubro de 2023, exige que 100% das gestoras estejam ajustadas até 1º de julho.
Entre as principais alterações estão:
- Abre a participação de FIDCs e fundos que investem no exterior a todos os investidores.
- Divulgação separada das taxas de administração e gestão, aumentando a transparência.
- Responsabilidade limitada dos investidores: perdas excedentes ao patrimônio não afetarão cotistas.
- Melhoria na liquidez dos produtos.
Os gestores assumem mais responsabilidades, como a escolha de corretoras, que antes eram da alçada dos administradores. Fábio Cepeda, advogado, ressalta a mudança no papel deles e a necessidade de due diligence sobre distribuidores.
Essa adaptação pode aumentar os custos das gestoras em um cenário desafiador para investimentos. José Brazuna, da Iaas!, recomenda aos investidores maior atenção na escolha de gestores.
A expectativa é que a adaptação se complete em breve, com a CVM e a Anbima iniciando fiscalização educativa antes de ações mais rigorosas. Segundo José Tibães, da XP, a resolução 175 pode trazer mais transparência e equilíbrio para a indústria.