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Dólar despenca com tarifas de Trump, mas retaliações podem mudar o rumo do câmbio

Mercados globais reagem à imposição de tarifas pelos EUA, com forte desvalorização do dólar e aumento da aversão ao risco. Especialistas alertam para possíveis consequências econômicas, incluindo estagflação e instabilidade nas cadeias produtivas.

Mercado global reage ao tarifaço de Donald Trump

Na quarta-feira (2), Donald Trump anunciou tarifas escalonadas sobre produtos de países com grandes déficits comerciais com os EUA, provocando aversão ao risco globalmente.

A moeda americana despencou 1,71%, cotada a R$ 5,601, refletindo o pessimismo dos investidores, que temem recessão e estagnação econômica.

As tarifas variam: até 30% para produtos asiáticos e 20% para europeus, enquanto a América Latina foi relativamente poupada com taxas de 10% para o Brasil.

A tarifa universal de 10% entra em vigor em 5 de abril, enquanto tarifas mais altas serão implementadas em 9 de abril. China e União Europeia já prometem retaliações.

O economista-chefe Paulo Gala alerta que a medida pode levar à estagflação, destacando que os altos custos de produção nos EUA dificultarão a proteção da indústria local.

O impacto indireto no Brasil é preocupante, especialmente para setores exportadores e insumos importados. Contudo, pode haver ganho de competitividade no agronegócio.

A desvalorização do dólar afetou a confiança, com uma previsão de 80% de corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve até junho.

O dólar índex recuou 2%, enquanto o euro, francos suíço e iene japonês se fortaleceram. Commodities caíram, com petróleo abaixo de US$ 4.

Apesar da aversão a riscos, o real abriu em alta devido à menor tarifação em comparação com outros países. José Faria Júnior recomenda cautela para importadores e exportadores.

O presidente Lula reforça a importância da reciprocidade e que o Brasil tomará medidas para proteger suas empresas, sem se submeter a pressões externas.

A nova lei de reciprocidade, vinculando regras comerciais e ambientais, foi sancionada após as tarifas americanas.

O mercado permanece atento aos indicadores econômicos dos EUA, aguardando possíveis negociações ou retaliações por parte de países afetados pelas novas tarifas.

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